A Ilha do Pico é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores .
Aqui, encontra-se o ponto mais alto de Portugal, a Montanha do Pico , com 2351 m de altitude. A ilha tem 447 km2 de superfície, 42 km de comprimento e 15,2 km de largura máxima.
Habitada por pouco mais de 14 mil pessoas (Instituto Nacional de Estatística – censos de 2011), esta é uma ilha única, nomeadamente pela beleza natural, em terra como, por exemplo, as grutas , as lagoas , os trilhos , as piscinas naturais entre muitos outros e, no mar, pelos maravilhosos encontros com golfinhos e baleias , tornando passeios marítimos em aventuras inesquecíveis.
O ano da descoberta da ilha do Pico não é conhecido, no entanto, o seu povoamento ter-se-á iniciado um pouco antes de 1460. Terão sido portugueses, vindos do norte do continente, (segundo a maioria dos registos) os primeiros povoadores desta ilha e a assentar arraiais na enseada do Castelete, onde hoje é a vila das Lajes do Pico.
A primeira vila, na ilha, foi a Vila das Lajes, em 1500 , seguida pela Vila de São Roque, em 1542. O meio de subsistência da população encontrava-se no cultivo do trigo, do pastel – planta tintureira exportada para a Flandres – e na cultura da vinha.
Desde cedo, a ilha do Pico afirmou-se como um importante local de comércio, graças ao porto que faz ligação com a ilha do Faial e por onde se realizava o comércio com o exterior.
A ilha do Pico, local de residência de proprietários dos imensos vinhedos da ilha, que já anteriormente produzia vinho, veio então afirmar-se como uma importante e reconhecida área de produção vitivinícola.
As terras foram lavradas, transformadas em pomares e vinhedos de onde vem, por exemplo, o famoso verdelho do Pico, que durante mais de duas centenas de anos atingiu fama internacional, sendo apreciado em vários países como a Rússia, a Inglaterra ou os Estados Unidos.
De destacar a presença dos baleeiros americanos, nas águas dos Açores, nos finais do século XVIII, que acabaram por introduzir um novo polo de atividade na ilha.
Toda esta história está retratada e recordada no Museu da ilha do Pico, nos polos do Museu dos Baleeiros , nas Lajes do Pico, no polo do Museu da Indústria Baleeira , em São Roque do Pico e no Polo do Museu do Vinho na Madalena.
A gastronomia, arte de preparar iguarias de forma a proporcionar prazer a quem as come, apresenta-se muito rica e variada no nosso concelho, quer na confeção de pratos típicos ou doçaria, quer pela qualidade dos tradicionais vinhos.
Peixe fresco, boa carne de vaca, bons queijos e bons mariscos são a matéria-prima para a preparação de deliciosas refeições.
Os famosos caldos de peixe, a linguiça com torremos e inhames, a molha de carne e o polvo guisado são os pratos aconselháveis.
O queijo do Pico, como entrada ou sobremesa, acompanhado por pão ou bolo de milho caseiros e com os vinhos de mesa, aperitivos, brancos, tintos e de cheiro recomenda-se.
Na doçaria, o arroz doce, a massa sovada, o bolo de véspera, as rosquilhas do Espírito Santo são especialidades características desta terra a experimentar.
A necessidade de sustentar as numerosas famílias obrigava os lajenses a trabalhar as terras, diariamente, sempre com um olho no mar e à espera do rebentar do foguete. O sinal de aviso de baleia à vista. Assim que o sinal se fazia ouvir nos ares, agricultores, pedreiros e ferreiros, faziam-se ao mar, correndo pelas canadas, apanhando pelo caminho o farnel.
Este património baleeiro é ainda visível, sobretudo no Museu do Pico – Museu dos Baleeiros nas Lajes, instalado na antiga Casa de Botes da vila das Lajes do Pico, cujo espólio agrega: ferramentas e utensílios de trabalho; a loja do ferreiro; o bote baleeiro e demais relíquias associadas à baleação.
O Centro está instalado na antiga fábrica da baleia SIBIL, equipamento industrial que se dedicou à transformação dos grandes cetáceos em óleos e farinhas. Foi desativada no início nos anos 80 do século XX. Entre 2005 e 2007 o edifício da SIBIL foi recuperado pelo Município das Lajes do Pico.
Na atual fase do Centro podem ver-se em permanência os equipamentos fabris e exposições multimédia sobre a fábrica e a biologia e ecologia dos grandes cetáceos. O Centro promove também eventos artísticos e culturais diversos e animação pedagógica.
O Museu da Indústria Baleia, em São Roque do Pico, instalado no edifício da antiga Fábrica das Armações Baleeiras, tendo laborado entre 1946 e 1984. Como espaço museológico, abriu ao público em 1994, sendo considerado como um dos melhores museus industriais do género, exibindo caldeiras, fornalhas, maquinarias e demais maquinarias e apetrechos usados para a transformação.
Este é um museu de arqueologia industrial. De caráter etnográfico são os objetos de corte e desmancho/esquartejamento de cachalotes, documentação referente à atividade da Fábrica, fotografias relacionadas com a atividade baleeira e com o Porto de São Roque do Pico, bem como as miniaturas de cachalotes e de embarcações baleeiras.
A Gruta das Torres é o maior tubo lávico de Portugal, com uma extensão de 5150 metros, fazendo parte da formação dos Lajidos – Gruta das Torres, inserida no Complexo Vulcânico da Montanha. Estima-se que se terá formado há cerca de 1500 anos durante uma erupção com origem no Cabeço Bravo.
A visita é pioneira em Portugal, seguindo a cavidade ao longo de 450 metros e com a duração aproximada de uma hora. Os visitantes experienciam uma visita singular, em formato de expedição, onde lhes é fornecido o equipamento necessário para conhecer a gruta no seu estado natural e onde poderão observar vários tipos de lava, bem como diversas formações geológicas, das quais podemos destacar diferentes tipos de estalactites e estalagmites lávicas, bancadas laterais, lava balls, paredes estriadas e lavas encordoadas.
A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico é um sítio classificado pela UNESCO desde 2004, compreendendo uma área de 987 hectares na ilha do Pico, a segunda maior do arquipélago dos Açores. A zona classificada inclui um notável padrão de muros lineares paralelos e perpendiculares à linha de costa rochosa, onde as vinhas são cultivadas em chão de lava negra.
Os muros foram construídos para proteção dos milhares de pequenos e contíguos lotes retangulares (designados currais ou curraletas) da resalga proveniente da água do mar e do vento marítimo, mas deixando entrar o sol necessário à maturação das uvas.
O Centro de Interpretação encontra-se num edifício situado num dos núcleos mais peculiares da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha – Lajido de Santa Luzia.
Constituindo-se como ponto de partida para a compreensão do valioso património cultural classificado como Património Mundial pela UNESCO desde2004
O Museu do Vinho, na Madalena, instalado no antigo Convento de Carmelitas, construído nos séculos XVII e XVIII. No edifício está patente uma exposição permanente relacionada com o Ciclo do Verdelho, uma pequena loja de venda de vinhos, uma adega, um lagar, e um jardim com árvores seculares da espécie dragoeiro (Dracaenadraco).
A Casa dos Vulcões surge em pleno núcleo da Paisagem Protegida da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, estando o edifício instalado no património edificado do Lajido de Santa Luzia.
Constitui o ponto de partida para o conhecimento dos vulcões dos Açores e uma importante ferramenta de divulgação do património natural açoriano, com destaque para a geodiversidade.